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Água e esgoto: entidades apontam ineficácia de concessionária em tarifa social para baixa renda em MS

Carta aberta encaminhada ao MPMS indica baixa cobertura do benefício para famílias de baixa renda na capital. O órgão apura ação da concessionária respon...

Água e esgoto: entidades apontam ineficácia de concessionária em tarifa social para baixa renda em MS
Água e esgoto: entidades apontam ineficácia de concessionária em tarifa social para baixa renda em MS (Foto: Reprodução)

Carta aberta encaminhada ao MPMS indica baixa cobertura do benefício para famílias de baixa renda na capital. O órgão apura ação da concessionária responsável. Tarifa Social de Água e Esgoto é destinada às famílias de baixa renda em Campo Grande. Divulgação O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou procedimento administrativo para fiscalizar a implementação da Tarifa Social de Água e Esgoto em Campo Grande. As fiscalizações acompanham as ações da concessionária Águas Guariroba, responsável pela prestação do serviço na capital, e da Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos (Agereg). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp A medida ocorre após envio de carta aberta assinada por diversas entidades da sociedade civil e encaminhada pelo Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas). No documento é cobrada a efetivação do benefício para famílias de baixa renda. “A parcela de economias beneficiadas pela tarifa social é pequena relativamente ao total de 312 mil economias residenciais atendidas pelo sistema de água de Campo Grande. As economias que recebem tarifa social correspondem a apenas 3,4% desse universo”, diz trecho da carta. O texto também analisa o quantitativo de famílias que estão inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e são abastecidas pelo serviço de água e esgoto. Em Campo Grande, das 119 mil famílias que estão no Cadúnico, cerca de 10 mil são beneficiadas com a tarifa social em Campo Grande, por exemplo, como mostra a carta. “Portanto a tarifa social não está beneficiando a maior parte das famílias que deveriam ter acesso a ela em Campo Grande. Assim a tarifa social de Campo Grande é ineficaz em garantir acessibilidade econômica das famílias pobres aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário porque deixa de incluir a grande maioria das famílias que deveriam ser beneficiadas, apesar da previsão da legislação municipal vigente”, conclui o documento. O g1 entrou em contato com a Águas Guariroba e com a Agereg e não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Possíveis causas A carta elenca fatores que podem ser as causas do baixo número de beneficiados pela Tarifa Social de Água e Esgoto em Campo Grande. Veja abaixo: a falta de informação adequada aos usuários por parte da concessionária e do poder público; dificuldades impostas na prática aos usuários para a concessão do benefício; a fiscalização deficiente por parte da agência responsável pela regulação dos serviços e outros órgãos de fiscalização e controle dos serviços públicos. As entidades que assinam o documento consideram que uma das formas de resolver a baixa cobertura do benefício é acrescentar nas faturas de água informações sobre o direito à tarifa social. LEIA TAMBÉM Mais cara, tarifa de água e esgoto é reajustada para 67 municípios de MS; saiba quanto vai ficar O que diz o MPMS? Em nota, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul disse que as ações estão em fase inicial de apuração e levantamento das informações. Veja a íntegra: Informamos que o procedimento instaurado pela 43ª Promotoria de Justiça de Campo Grande trata-se de um procedimento administrativo de acompanhamento, que tem como objetivo fiscalizar as medidas adotadas pela concessionária Águas Guariroba e pela Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg) para a efetiva implementação da Tarifa Social de Água e Esgoto, conforme determina a Lei Federal nº 14.898/2024. Destacamos que, no momento, as ações da Agereg e da concessionária encontram-se em fase inicial de apuração e levantamento de informações, razão pela qual, por ora, não há dados consolidados que possibilitem a concessão de entrevista. Tão logo haja informações conclusivas ou avanços significativos no procedimento, estaremos à disposição para prestar os devidos esclarecimentos. Como funciona a Tarifa Social? Em Campo Grande, a tarifa dos serviços de água e esgoto são compostas de uma parcela fixa, independente do consumo. Há ainda, duas parcelas variáveis, uma para água e outra para esgoto, calculadas de forma proporcional ao volume de água consumido. Segundo a Ondas, as tarifas sociais praticadas na capital do estado foram estabelecidas pela Lei Municipal nº 3928/2001. As regras estabelecidas pela lei para que uma família tenha direito ao benefício são: possuir renda familiar de até 1 salário mínimo mensal, que deve ser comprovada; ser proprietário de um único imóvel destinado exclusivamente à sua moradia, desde que isento do IPTU nos termos da Lei; ser consumidor monofásico de energia elétrica, cujo consumo não poderá ultrapassar 100 Kwh/mês; não consumir mais do que 20 m³/mês de água. Para ter o benefício, os usuários precisam se cadastram e preencher os requisitos exigidos. Pessoas que estão inadimplentes não podem solicitar a tarifa social, conforme prevê a legislação. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

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