Indígena tem gaze esquecida dentro do abdômen após sofrer hemorragia durante parto em MS
Equipe teria esquecido gaze no abdómen de mulher que passou por cesariana A indígena Guarani-Kaiowá Naiara Arce da Silva teve uma gaze cirúrgica esquecida n...

Equipe teria esquecido gaze no abdómen de mulher que passou por cesariana A indígena Guarani-Kaiowá Naiara Arce da Silva teve uma gaze cirúrgica esquecida no abdômen após uma cesariana feita há cerca de quatro meses no Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD). O erro foi descoberto depois que a paciente passou a sentir fortes dores e teve infecções recorrentes. O caso, denunciado pelo Conselho Municipal de Defesa do Direito das Mulheres de Dourados, é tratado como violência obstétrica. Em nota, o hospital reconheceu a falha e disse aguardar a investigação da Polícia Civil. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Segundo o Conselho, Naiara foi vítima de negligência médica e institucional durante o pós-parto. Mesmo com dores abdominais e infecções constantes, ela não recebeu o diagnóstico correto. O problema só foi descoberto quando Naiara desmaiou ao visitar a irmã internada no mesmo hospital. Exames feitos após o socorro revelaram a gaze cirúrgica esquecida no abdômen. Com a descoberta do “corpo estranho”, a paciente precisou passar por uma nova cirurgia. Os médicos identificaram uma infecção grave, que causou a exposição de parte do intestino e exigiu o uso de bolsa de colostomia. O Conselho afirma que o hospital alegou falta de materiais, o que atrasou o tratamento e impediu a alta médica. Naiara segue internada e fora de risco imediato, mas continua sob cuidados médicos. Em nota, o Conselho denunciou também maus-tratos e falta de atendimento humanizado durante a segunda internação. Segundo o texto, houve práticas “desumanas e racistas” no atendimento à paciente. Em nota, o Hospital Universitário confirmou o caso e informou que, após ser notificado, tomou medidas para garantir o cuidado da paciente. Segundo o hospital, os protocolos internos estão sendo revisados, e o caso é acompanhado pela Corregedoria e por comissões internas. A instituição lamentou o ocorrido, manifestou solidariedade à paciente e reforçou o compromisso com uma assistência segura e humanizada. Mesmo com a gravidade do caso, a equipe médica não foi afastada. O hospital diz que aguarda a conclusão das investigações para definir possíveis responsabilizações. A Polícia Civil ainda não confirmou a abertura de inquérito. O Conselho encerrou a nota com o apelo: “Nenhuma mulher deve ser violentada. Nenhum corpo indígena deve ser desrespeitado. Por uma saúde pública com dignidade, respeito e justiça.” Fachada do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD). Arquivo TV Morena Veja vídeos de Mato Grosso do Sul